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Igreja digital? a missão da igreja hoje.

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A igreja digital é a construção, migração, evolução ou criação de igrejas que se baseiam exclusivamente no ambiente virtual sem que haja conexão com um ponto físico, real e de promoção intencional de relacionamento entre pessoas, principalmente entre pastor-membro do ponto de vista de cuidado, acompanhamento e discipula­do nos moldes ensinados por Jesus (vida na vida).

Afinal, segundo Dietrich Bonhoeffer “a igreja é igreja quando existe para as pessoas”. Por isso, não incluo nessa defini­ção iniciativas de extensão de atividade de uma igreja real no ambiente on-line. Afina, a vida on e off, tudo junto e misturado, é o que aprendemos nesses últimos tempos de clausura e é o novo futuro que, segundo a professora Elizabeth Albrycht, da Paris School of Business, não está tão distante de nossa realidade. Ela afirma que em “2025, nossas vidas serão vividas em uma combinação de espa­ços físicos e virtuais e isso será completamente normal” (Longo, 2014).

Pensar os limites e o modelo do que poderia ser uma igreja, também, on-line é sonhar e planejar a missão que foi iniciada de forma agressiva e acelera no mês de março de 2020. Larry Page, co-fundador do Google, ao analisar o futuro diz que “quem não pensa daqui para a frente não vai existir daqui para a frente” (Ibid.).

O que ele quis dizer aqui é que, hoje, qualquer instituição que queira ou precise ser ouvida e se destacar nesse ambiente povoado de mensagens precisará olhar para o futuro, se adaptar a ele e criar soluções para chegar ao encontro de seu público, por meio do arsenal de ferramentas disponíveis, principalmente tomando proveito da tecnologia.

Os especialistas que projetam o futuro entendem que a tecnologia já não é privilégio de poucos e, sim, um bem (ou mal) que permeia toda a sociedade. O que sei, aprendi, e que, agora, vamos discutir juntos, é que a tecnologia não é um fim, mas, sim, ferramenta na missão de conectar pessoas com pessoas e pessoas com Jesus. Se sua igreja hoje possui atividades presenciais, ela não é uma igreja que se enquadra em tudo que falaremos aqui.

A igreja na era pós-digital

A tecnologia e o mundo digital são parte im­portante no comportamento das pessoas hoje e não podem ficar de fora do nosso radar, tampouco do pensamento de missão das igrejas que estão dispostas a dialogar com a cultura pós-moderna. Parto do pressuposto de que, hoje, vivemos uma cultura tecnológica, na qual o mundo digital já não possui barreiras com a “vida real”.

As ações e os relacionamentos estão baseados nas redes sociais e nas ferramentas de conversação, e a extensão do corpo huma­no se dá a partir de um telefone, que amplifica o mundo e muda radicalmente as possibilidades de interação social, de contextualização cultural e da abordagem de uma ação de evangelismo. O tempo de cada indivíduo está cada vez mais curto, a atenção às mensagens ao longo de um dia parece cada vez mais efêmera, a autossuficiência e indi­vidualidade parecem ser uma barreira para a missão dos novos tempos.

Não existe igreja on-line

Afirmo que não é possível existir uma igreja on-line, com todas as letras e com toda a convicção de quem vem estudando e defendendo essa tese desde o relato do capítulo anterior, iniciado em 2014 e publicado em 2019 em paralelo à pós-graduação que concluí em missões urbanas.

Entendo que a igreja é a união de pessoas chamadas por Deus, as quais, pela ação do Espírito Santo, creem em Jesus Cristo como encarnação de Deus e como redentor. Esta é a definição de corpo, que podemos ver em Efésios 1:22- 23 (NTLH):

‘Deus colocou todas as coisas debaixo da autoridade de Cristo e deu Cristo à Igreja como o único Senhor de tudo. A Igreja é o corpo de Cristo; ela completa Cristo, o qual completa todas as coisas em todos os lugares.

União, corpo, ajuntamento, relacionamento e comunidade. Guarde essas palavras. Já no dicionário on-line, a definição de igreja é: “comunidade composta por cristãos, que forma um corpo social organizado, instituído por Jesus Cristo”. Além disso, “na igreja está sempre presente o Ressuscitado e Seu Espírito.

A igreja on-line está nesse lugar das coisas que, há tempos atrás, seriam motivos de “conversas pastorais”, mas que hoje tem se tornado realidade, e nós da turma da comunicação temos que entender nossa responsabilidade nesse tema. Veja que, até aqui, não falei de comunicação, mas sim de comportamento.

Quando incentivamos a construção de uma igreja on-line estamos automaticamente promovendo a desconstrução da importância fundamental de relacionamentos verdadeiros que a igreja promove e constrói desde os tempos relatados na Bíblia.

Quer saber  mais sobre o assunto? Leia “igreja digital”de Rodrigo Motta.

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