A vida espiritual cristã, diz respeito a um modo de viver, que antecipa no nosso presente, o reino de Deus que foi inaugurado com a ressurreição de Jesus. É sobre viver. Um viver que manifesta a glória de Deus em tudo o que se faz, “seja comendo, bebendo ou fazendo qualquer outra coisa, tudo, deve ser feito para a glória de Deus”. Assim, não se deve resumir a espiritualidade cristã, ao simples relacionamento individual com Deus, embora este seja parte indispensável da espiritualidade, não é o todo.
Deus criou os seres humanos para um propósito: não apenas para si mesmos, não apenas para que eles pudessem se relacionar com Ele, mas para que através deles, como detentores de sua imagem, Ele pudesse trazer sua sábia, alegre e frutífera ordem no mundo (N. T. WRIGHT).
A Vida espiritual se constrói com relacionamento.
A vida espiritual é sobre integralidade da vida, não diz respeito apenas ao como garantir a nossa ida para o “céu quando morrermos”, colocando desse modo o nosso relacionamento individual com Jesus como ápice do propósito supremo de Deus, para não sermos lançados no inferno caso estejamos em dívida. Antes, Deus em sua abundante graça, por meio da morte e ressurreição de Jesus se preocupa com toda a sua criação, ou seja, o proposito salvífico de Deus diz respeito ao resgate de toda a criação (Romanos 8.21).
Por isso, a espiritualidade ou vida cristã, resultante da ação do Espírito Santo, que atua na vida de todos aqueles que acolhem para si o reino de Deus e buscam ardentemente serem conformados a imagem de Jesus, diz respeito a um modo de viver e existir no mundo que se articula a partir da lógica do reino, ou seja, justiça, paz e alegria no Espírito Santo. É, espiritualidade que se vive na sua integralidade, na simplicidade do cotidiano, longe de qualquer megalomania ou grandiloquência. É simples, porque em Jesus, encontramos o gesto generoso que se traduz num abraço acolhedor e terno. A espiritualidade que aprendemos com Jesus, não tem nenhuma pretensão de nos tornar anjos, mas, é sobretudo uma espiritualidade que se vive:
Em relação amorosa com Deus e com nossos semelhantes, num gesto simples de seguir a Cristo, assumindo as atitudes que ele assumiu diante de seu Pai, diante dos necessitados, diante do mundo e diante da criação em geral. Se aceitamos o convite para viver a espiritualidade do reino, devemos também nos submeter ao modelo do Rei. (SEGURA C, 2010, p. 21).
Com Jesus e em Jesus, o reino de Deus, se faz presente entre nós. Não por meio de regras ou técnicas, que resultam de uma teologia fria e rígida, ou de pacotes e fórmulas de uma espiritualidade desconectada da realidade, mas, da simplicidade mergulhada no amor que procura encarnar no cotidiano a beleza do reino de Deus.
Espiritualidade sim, religiosidade não.
Este é um simples convite para quem deseja se debruçar muito mais a respeito da espiritualidade cristã. No livro “SIMPLES ASSIM: espiritualidade simples para tempos difíceis”, os autores, se debruçam à luz dos 10 mandamentos, propondo de maneira clara e instigante, uma vida espiritual que se constrói num caminhar com Deus a partir de uma jornada leve e saudável.
Na voz dos próprios autores: Cremos que os princípios estabelecidos nos 10 mandamentos, podem nos ajudar a lidar e nos livrar dos excessos produzidos pelo caos contemporâneo. Existe uma vida espiritual simples que pode ser acessada por todos se simplesmente observarmos com cuidado o que as escrituras nos ensinam.
Caso desejar se aprofundar mais, leia o livro “Simples Assim: Uma espiritualidade Simples para tempos difíceis”.
REFERÊNCIA
Referências bibliográficas
SEGURA C, Harold. Para que serve a espiritualidade? Viçosa, MG: Ultimato, 2010.
WRIGTH, N. T. Justificação: o plano de Deus e a visão de Paulo. Maceió: Editora Sal Cultural, 2018.
MARTINHO CHINGULO