Espiritualidade, Teologia

VIVA A RESSURREIÇÃO DE JESUS

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A Páscoa é para os cristãos uma das datas mais importantes, já que se trada da nova criação e nova vida que emerge da ressurreição de Jesus. Umas das afirmações mais extraordinárias do Credo apostólico, que se configura como uma pedra angular da ortodoxia é: “Creio na ressurreição do corpo”.

A morte, o grande inimigo dos seres humanos, foi vencida. É diante dessa vitorias que todos os cristãos, instruídos pelo apóstolo Paulo, podem agora, zombar dela, indagando-a: “onde está, ó morte, a tua vitória”?

Não se trata de uma abstração

João nos conta, em seu evangelho (João 13), que antes da Páscoa, numa quinta-feira, Jesus sabe o que o aguarda, ou seja, que estava chegando sua hora de passar deste mundo para o Pai. Ao se despedir de seus discípulos, com um dos atos mais extravagantes de serviço, lavou os pés dos seus seguidores.

Na sexta-feira, Lucas nos informa, que quando ainda era madrugada “Jesus saiu e, conforme o seu costume, foi para o monte das Oliveiras” (22:39), e neste lugar, conhecido como Getsêmani, Mateus nos diz que Jesus “começou a entristecer-se e a angustiar-se”. “Então ele lhes disse: A minha alma está tão triste que estou a ponto de morrer” (26:37-38). Em sua angústia, seu suor caía na terra como gotas de sangue.

Jesus é traído e preso

Em seguida, aquele que o trairia se aproximou e com um beijo consumou o ato. Jesus é preso e condenado injustamente “num processo cheio de falhas”. A multidão completamente alienada prefere soltar Barrabás, que havia sido preso devido uma rebelião e por homicídio.

Daí em diante, Jesus é torturado, cuspido, zombado, abandonado, até que finalmente, chega sua morte. “Aparentemente, a força da maldade humana, da opressão, da violência, da malignidade civil, religiosa e militar tem sua vitória. O cenário é de desesperança e frustração e, a morte havia aparentemente vencido.

No sábado, nada se ouve. É silêncio em absoluto, é trevas, luto, depressão, dúvida, desesperança. Talvez, diante do cenário que se apresentava, o questionamento era se de fato valeu apenas ter deixado tudo e seguir um “messias” que teve seu fim numa cruz. No sábado não se tem resposta alguma, “silêncio em face da dor, da frustração do avanço irresistível do mal que parece triunfar sobre o bem. Jesus está morto e sepultado” (LUDOVICO, 2017, p. 59).

Mas, o sábado não é o fim, é apenas o momento em que pensamos que Deus nos abandonou, mas, é “durante as vinte e quatro horas daquele sábado, que Deus, criador do mundo e da salvação, estava fazendo o que ninguém mais pode fazer, recriar o mundo e salvando o ser humano. Então, não estávamos abandoados a própria sorte, não era o fim, restava-nos o domingo.

Domingo, é a ressurreição de Jesus, e a saudação que se ouve é: Paz seja com vocês.

Os quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), narram de forma tão vívida a “sensação de deslumbramento” que os discípulos tiveram ao perceberem que Jesus Cristo não havia sido derrotado na Cruz, antes, o tumulo estava vazio.

Mesmo com todas as previsões feitas por Jesus, a respeito de sua ressurreição (ver Mc 8:31; 9.31;10.34), quando ele de fato ressuscitou, seus discípulos não estavam preparados ou não esperavam por tal acontecimento. Se em um momento eles lamentam e vivenciam o luto, em outro, são surpreendidos pela esperança.

No domingo logo cedo, diz Mateus que Maria Madalena e uma outra mulher, vão ao tumulo de Jesus e quando chegam ao local são surpreendidas por um terremoto. Em seguida, veem o brilho de um relâmpago, que na verdade era um anjo. Diante deste acontecimento, os guardas desmaiam, e as mulheres ficam cheias de temor, mas, o anjo diz a elas: não temais, pois eu sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, mas ressuscitou, como havia falado. Vinde e vede o lugar onde ele estava. (Mateus 28. 1-15).

Em seguida, o anjo lhes dá o recado que devem levar para os discípulos, “ide depressa e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia, lá o vereis” (v. 7). Ao saírem do local, muito apressadas para levar o recado, são surpreendidas pelo “Cristo ressurreto”, que se aproxima delas e as cumprimenta: “Salve!” (v. 9). E diante de tal encontro, as mulheres não podiam fazer mais nada senão adorá-lo. “o deslumbramento é algo que nos pega desprevenidos e está acima de qualquer expectativa ou suposição. E não pode ser colocado dentro de um esquema nem explicação. Requer presença e envolvimento” (PETERSON, 2023, p. 24).

Ressurreição!

Um poder maior que a morte se manifesta no túmulo de Cristo. É um poder absoluto, que reverte a morte, a injustiça e a malignidade civil, religiosa, militar e política. Deus dá a palavra final ao Universo: a morte e o mal não prevalecerão. Podemos apostar a vida e seguir Jesus, sabendo que a vida triunfa sobre a morte, o bem triunfa sobre o mal, e o amor triunfa sobre o ódio. Vale apena confiar em Cristo. Com Jesus, tudo se renova. Podemos começar onde tudo parecia perdido, onde o mal e a morte pareciam ter triunfado. (LUDOVICO, 2017, p. 59).

Somos filhos do domingo, e não da sexta feira ou do sábado. Cristo ressuscitou, a palavra final é de que a vida é mais forte do que a morte. A ressurreição aconteceu no mundo, não é algo que irá acontecer depois da morte. Assim, todos que ressuscitam com Cristo, devem agora viver à luz da ressurreição, uma vida que se vivida num mundo onde Cristo ressuscitou e está vivo.

Paz seja com vocês! Viva a ressurreição! Feliz Páscoa.

QOHÉLET

Referência

LUDOVICO, Osmar. Inspiratio. São Paulo: Mundo Cristão, 2017.

PETERSON, Eugene H. Viva a ressurreição. São Paulo: Mundo Cristão, 2023.

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